- O craque foi campeão da CONMEBOL Libertadores pela primeira vez no ano 2000 com o Boca Juniors.
- Nas quartas de final marcou um dos gols mais memoráveis da história do torneio contra o clássico time arquirrival, depois de ter ficado seis meses afastado por lesão.
Martín Palermo chegou ao Boca em 1997 a pedido direto de Diego Armando Maradona, que viu o potencial do ‘9’ em seus magníficos primeiros anos no clube que o viu nascer, o Estudiantes de la Plata.
Em 1999, Martín já era um dos maiores nomes do futebol argentino e foi convocado para jogar com a seleção ‘albiceleste’ na CONMEBOL Copa América daquele ano no Paraguai, onde anotou 3 gols, embora a triste partida contra a Colômbia, na qual perdeu 3 pênaltis, tenha sido um de seus piores momentos.
No segundo semestre de 1999, guardou a camisa da seleção para vestir novamente a do ‘Xeneize’ e disputar o Torneio Abertura, com a ideia de continuar sua racha goleadora. Na 13ª rodada, havia feito 13 gols em 12 jogos disputados, mas na 14ª rodada sofreu uma grave lesão no jogo contra o Colón, embora a notícia tinha sido que, apesar de romper os ligamentos cruzados da perna direita, Martín anotou seu 100º gol na primeira divisão.
Devido a lesão, não pôde continuar no torneio, e ainda por cima perdeu uma importante transferência para o futebol europeu, sendo obrigado a se submeter a uma cirurgia e um mínimo de seis meses de repouso.
Em maio de 2000, o longo período de espera chega ao fim, justamente quando o Boca Juniors estava disputando as quartas de final da CONMEBOL Libertadores, após anos de ausência, justo contra seu clássico rival, River Plate.
O jogo de ida terminou com vitória de 2 a 1 a favor da equipe da faixa vermelha no Estádio Monumental, em 17 de maio, e a revanche devia ser disputada no dia 24 do mesmo mês.
Carlos Bianchi, técnico do Boca na época, havia anunciado o retorno de Palermo para o segundo jogo do superclássico na Bombonera, usando a notícia como uma arma psicológica para os adversários, pois Palermo já tinha um histórico favorável de gols. O técnico do River respondeu ironicamente que, se Bianchi colocasse Palermo, ele traria Francescoli, um ídolo do Millonarios que estava aposentado há vários anos.
Palermo não estava 100% em forma, mas Bianchi decidiu convocá-lo e colocá-lo no banco de reservas mesmo assim.
«Sempre me lembrarei que te peguei no final do treino e te avisei: “Você vai para o banco de reservas na próxima quarta-feira e fará o aquecimento no início do segundo tempo, para entrar quando faltar 30 ou 20 minutos”», disse Bianchi para Palermo em uma carta pública após a lesão do “Titã”.
Na volta, o Boca não estava indo bem, apesar de marcar um gol graças a Marcelo Delgado e empatar a série em 2 a 2. Então Bianchi, fiel à sua palavra, chamou Martín Palermo para o jogo quando faltavam 13 minutos para o fim.
Aos 86′, Juan Román Riquelme marcou o segundo gol do Boca de pênalti para garantir a vaga do time nas semifinais, mas faltava a cereja no bolo, que foi colocada por Palermo.
No quarto minuto dos acréscimos, Riquelme avançou pela direita, fez o passe para Marchant, que mandou o cruzamento para trás. Palermo tomou conta da área e deu um chute perfeito de canhota, deixando o goleiro sem reação.
A loucura tomou conta do Bombonera pelos 3 a 0 e o momento mais emocionante de uma noite muito especial para os torcedores ‘xeneizes’, que já conheciam o sabor da conquista da CONMEBOL Libertadores em 1977 e 1979.
Boca superou o América do México nas semifinais, com 4 a 1 a favor dos argentinos no jogo de ida e 3 a 1 para os mexicanos no jogo de volta. Na final, os ‘Xeneizes’ igualaram 2 a 2 com o Palmeiras na Bombonera na ida e 0 a 0 na volta no Brasil, onde o título foi decidido nos pênaltis, resultando 4 a 2 a favor do Boca e com gol de Palermo.
Boca conquistava a CONMEBOL Libertadores pela terceira vez em sua história e, nesse mesmo ano, venceu a Copa Intercontinental derrotando o Real Madrid por 2 a 1, com dois gols de Palermo.
‘O otimista do gol’ também conquistou a CONMEBOL Sudamericana em 2004 e 2005, a CONMEBOL Recopa em 2005 e 2006, a CONMEBOL Libertadores em 2007 e novamente a CONMEBOL Libertadores em 2008, além de vários títulos nacionais na Argentina, todos com o Boca Juniors, em uma era de ouro marcada por seus gols.
CONMEBOL.com / AFP