- De acordo com o decidido em seu Congresso realizado em Santiago do Chile em 2017 – ratificado em 2021 – a CONMEBOL está tomando ações para recuperar o que lhe foi extraído pela corrupção.
- Tanto os tribunais suíços quanto os norte-americanos decidiram a favor da CONMEBOL e ordenaram a restituição de fundos que tinham sido desviados para contas privadas de antigos dirigentes.
- Contudo, ações judiciais semelhantes no Paraguai encontram-se paradas, apesar das provas de responsabilidade criminal e da identificação de bancos envolvidos em supostas operações de lavagem de dinheiro.
A luta pela recuperação do dinheiro do futebol sul-americano não para. Além das ações bem-sucedidas nos tribunais suíços e norte-americanos (que resultaram na restituição de fundos significativos à Confederação), a CONMEBOL está empenhada em levar a cabo casos semelhantes no Paraguai. Em particular, a queixa por suposta lavagem de dinheiro que envolve o antigo presidente da instituição, Nicolás Leoz, e o Banco Atlas SA. Entretanto, apesar de terem passado sete anos da primeira denúncia e três anos da segunda, não foram feitos progressos significativos.
A paralização do processo criminal ocorreu apesar da existência de provas bem documentadas que revelam que o Banco Atlas criou dois desvios de aproximadamente 6.000.000 de dólares em nome de Nicolás Leoz, quando este já se encontrava sob um mandato de captura internacional e um pedido de extradição do sistema judicial dos USA. Leoz estava em prisão domiciliar quando ocorreu esta operação. Além disso, o Banco Atlas SA forneceu informações falsas à Procuradoria-Geral da República em junho de 2018, uma vez que o perfil atribuído a Leoz em março de 2013 o descrevia como “ex-presidente da CSF”, quando na época estava totalmente à frente da CONMEBOL.
A CONMEBOL apresentou dois recursos para que o Ministério Público se pronuncie sobre o caso. O presidente da Confederação, Alejandro Domínguez, reuniu-se pessoalmente com o procurador-geral, Emiliano Rolón Fernández, para expressar sua preocupação com a paralização do processo.
Não é um mero detalhe o fato de o Banco Atlas SA fazer parte de um conglomerado empresarial muito poderoso no Paraguai, que inclui meios de comunicação social influentes. Este fato pode explicar em parte o atraso excessivo deste caso. A decisão da CONMEBOL é firme, no entanto, como Dominguez recentemente expressou:“É dinheiro do futebol sul-americano que deve voltar para o futebol sul-americano. São fundos que devem ser aplicados nos campos de jogos, nas infraestruturas esportivas, nas divisões de base, etc., e não nos bolsos dos poderosos”.
Auditoria forense e recusa de cooperação
Uma das primeiras medidas tomadas pelo Presidente Alejandro Dominguez foi a realização de uma auditoria forense, o ponto de partida para o processo de recuperação dos fundos e para os processos penais relacionados. O Banco Atlas SA recusou-se a cooperar com esta auditoria, tal como consta em uma carta assinada pelo próprio presidente desta entidade, Miguel Zaldívar.
Além da decisão do Congresso de 2017 – ratificado pelo Congresso que se realizou de forma virtual em 2021 – os esforços da CONMEBOL para recuperar o dinheiro do futebol sul-americano das mãos da corrupção têm o apoio explícito das 10 Associações Membro, conforme expresso em notas enviadas aos representantes diplomáticos de cada país, credenciados no governo paraguaio. Nas cartas, as várias federações pedem aos seus embaixadores que tomem as medidas que considerem adequadas para apoiar a causa da CONMEBOL perante a Procuradoria-Geral do Paraguai.
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