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“Embala neném”: o gesto que deu vida a Bebeto

É o Mundial dos EUA de 1994, e Bebeto faz o gesto de embalar um bebê com os braços para comemorar um gol. Sem saber, o atacante brasileiro faz o gesto entrar na história e 20 anos mais tarde, garantiria uma carreira política e uma exposição de sua glória.

É o Mundial dos EUA de 1994, e Bebeto faz o gesto de embalar um bebê com os braços para comemorar um gol. Sem saber, o atacante brasileiro faz o gesto entrar na história e 20 anos mais tarde, garantiria uma carreira política e uma exposição de sua glória.

Excepcionalmente foi mais uma celebração mais do que um gol ou um título que forjou a identidade do jogador, também quarto melhor goleador da história da seleção brasileira (39 gols), que jogou duas finais da Copa do Mundo (EUA -1994 e França-1998).

No caminho para o quarto título mundial da Seleção, na Copa do Mundo nos Estados Unidos marcou um gol na vitória por 3-2 contra a Holanda nas quartas de final e todo sorrisidente começou a balançar os braços de um lado para o outro, como que embalando um bebê. Seus companheiros de equipe Mazinho e Romário correram para o seu lado e imitaram seu gesto por dez segundos.

“Eu acho que vai durar por toda a eternidade”, estimou Bebeto ao comemorar seus 50 anos e os 20 do famoso gesto com uma exposição no Rio de Janeiro, que lhe presta homenagem.

“Foi um gesto espontâneo, cheio de amor, ternura. Tal gesto simples, tão espontâneo, vem do coração. Foi uma homenagem a minha esposa e meu filho (recém-nascido, nota do editor). E sinceramente não sabia que teria todo esse impacto”.

Compromisso

José Roberto Gama de Oliveira, conhecido como Bebeto, comemorava assim o nascimento de seu filho Mattheus.

O gesto, que na linguagem de sinais do Brasil significa “Bebeto”, ficou famoso desde então, e é frequentemente utilizado por goleadores que acabam de se tornar pais, mesmo que alguns preferem chupar o dedo ou colocam a bola debaixo da camiseta.

Mattheus, atualmente um modesto jogador profissional do Flamengo “cresceu com este gesto” e percebeu a sua importância “aos 12 ou 13 anos”. “Hoje, aonde eu vou, quando as pessoas descobrem que eu sou filho de Bebeto, fazem o gesto e me pedem para repeti-lo”, disse à AFP. “É realmente simpático”.

É simpático especialmente para seu pai, que fez o gesto quase um argumento político para ser eleito deputado estadual do Rio de Janeiro em 2010, com o Partido Democrático Trabalhista (PDT), antes de mudar de partido, Solidariedade , ambos de centro-esquerda .

Seu compromisso político faz parte da continuidade do seu compromisso social quando multiplica as visitas a escolas e centros culturais, ou vai cumprimentar os jovens jogadores das Copa do Mundo de crianças de rua realizada no Rio no final de março.

Coração e lágrimas

“Há 15 anos eu comecei a tentar tirar as crianças da rua, treinando-as. Tudo isso me faz feliz. Além dos meus três filhos, eu tenho 900 aqui, 200 ali … Tenho quase 2.000 crianças no total”, lançou Bebeto rindo.

Invocando a Deus em cada oportunidade, inunda suas declarações com as palavras coração, família, amor, com um sorriso imutável. “Trata-se de evitar que as crianças entrem no crime”, diz. “Outro dia, eu estava no cartório e uma criança veio até mim e disse: ‘Agradeço a oportunidade que você me deu, graças a ti tenho um emprego”. Comecei a chorar”.

Bebeto estava emocionado quando viu as vinte pinturas e desenhos que um artista lhe dedicou para a exposição no Rio, que se extenderá por um mês: Bebeto fazendo o famoso gesto de embalar o bebê, Bebeto com a esposa e filhos, Bebeto de terno e gravata, caricatura de Bebeto,  Bebeto à Warhol…

“Capturei momentos que evocam o coração de Bebeto”, confidenciou à AFP , o autor das obras, Ramade Martins. Porque é uma exposição hagiográfica do jogador … e do político.

“Conheci Bebeto no ano passado, conversamos longamente e descobri seu grande coração”, disse o artista. “Apoio ao profissional, e quaisquer que seja o resultado, vou continuar “, acrescentou .

Tudo isso cai em boa hora: Bebeto, também membro do Comitê Organizador Local (COL) da Copa do Mundo de 2014 no Brasil, está otimista em relação ao sucesso do evento, é candidato à reeleição nas eleições gerais de outubro .

Por Yann Bernal / AFP
Foto: AFP
Edição: conmebol.com

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