Aos 80 minutos, Ramos executou um tiro livre na área, que passou a meia altura em toda a área, até se encontrar com a cabeça de Victorino, cujo disparo superou o goleiro, para colocar o 2-1 que seria definitivo e que acendeu a chama de uma festa inesquecível em Montevidéu e em todo o Uruguai
Como indicamos na primeira parte sobre este torneio, o Uruguai tinha vencido sem maiores inconvenientes a zona A, contra a Holanda e Itália, classificando para o final do certame. O outro grupo confirmou as especulações prévias, que apresentavam maior paridade.
O início foi em um dia pouco comum, especialmente no que diz respeito aos jogos de Seleções Nacionais, como em 1 de janeiro. No estádio Centenário, Argentina venceu a Alemanha por 2-1, num jogo onde permaneceu em desvantagem por quase um tempo, já que os europeus abriram o placar através de Hrubesch logo na etapa inicial. Faltando cinco minutos, um cabeçaço de Passarella foi desviado por Kaltz contra seu próprio arco, dando o empate e Ramon Diaz marcou um gol encima da hora, para dar o sofrido triunfo para a “albiceleste”.
Em 4 de janeiro houve uma nova edição do clássico entre brasileiros e argentinos. No primeiro tempo, foi parelho, mas Maradona conseguiu adiantar o placar para sua equipe, com um tiro forte que João Leite não pôde conter. No complemento, o Brasil dominou, conseguiu empatar através Edevaldo. Esse 1-1 deixou os jogadores de Telê Santana em excelente posição para chegar à final, já que enfrentavam na última partida uma equipe da Alemanha, que já estava eliminada.
Os primeiros 45 minutos foram sem grandes emoções e sem gols mas, após o intervalo, e para a surpresa de muitos, os alemães assumiram a liderança com um gol de Allofs, que colocou a Argentina no jogo definitório. Porém, apenas dois minutos depois, Junior com um maravilhoso tiro livre deu inívio a contagem do “scratch”, que chegou a quatro através das anotações de Toninho Cerezo, Serginho e Zé Sérgio.
Em 10 de janeiro de 1981 seria a final do Mundialito em um Estádio Centenário mais celeste do que nunca. O Brasil fez uma excelente proposta ao Uruguai, sufocando-o no campo todo e tapando Rubén Paz, o criador de jogo. No entanto, aos 50, veio a abertura do placar, quando um remate de Venancio Ramos não pôde ser detido por João Leite e, no rebote, Barrios a enviou para o fundo da rede. Como esperado, o Brasil não se entregou e 12 minutos depois chegou o empate quando o gênio Sócrates converteu um pênalti.
O estádio silenciou-se num primeiro momento, mas depois foi um furacão que, das arquibancadas, constantemente incentivava seus jogadores. Aos 80 minutos, Ramos executou um tiro livre na área, que passou a meia altura em toda a área, até se encontrar com a cabeça de Victorino, cujo disparo superou o goleiro, para colocar o 2-1 que seria definitivo e que acendeu a chama de uma festa inesquecível em Montevidéu e em todo o Uruguai. Merecido campeão de um Mundialito inesquecível.
Formações da final:
Uruguai: Rodríguez; Diogo, Olivera, De León, Martínez; De la Peña (Barrios), Krasouski, Paz; Ramos, Victorino, Morales. DT: Roque Máspoli.
Brasil: Joao Leite; Edevaldo, Oscar, Luizinho, Junior; Tita (Serginho), Toninho Cerezo, Paulo Isidoro, Batista; Sócrates, Ze Sergio (Eder). DT: Telé Santana.
Eduardo Bolaños/conmebol.com
Edição: conmebol.com